A redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) na pecuária leiteira é crucial para a sustentabilidade do setor. Aumentar a produtividade por vaca é uma estratégia central, pois permite reduzir a intensidade de emissão de metano, um dos principais GEE associados à pecuária. Este artigo explora técnicas e abordagens para alcançar esse objetivo, sempre com foco na redução das emissões e no aumento da eficiência produtiva.
A Importância Nutricional do Leite
O leite é um alimento essencial para a nutrição humana, oferecendo nutrientes vitais como cálcio, fósforo, vitaminas, energia e proteínas de alta qualidade. A alimentação das vacas com fontes de proteína vegetal aumenta o valor biológico da proteína para humanos em 1,4 vezes quando o leite é o produto final (comparado à proteína vegetal fornecida para as vacas). Além disso, diversos alimentos fornecidos para as vacas são fontes de proteína que não competem com a alimentação humana.
Sustentabilidade na Produção de Leite
A produção de leite é vital, mas, assim como muitas atividades humanas, tem impacto ambiental - associado, por exemplo, às emissões de metano pelos bovinos e ao óxido nitroso proveniente do manejo de dejetos. Para enfrentar esses desafios, é essencial que a produção de leite seja economicamente, ambientalmente e socialmente sustentável. A redução das emissões de metano é particularmente crítica, pois este gás tem uma vida útil atmosférica mais curta que o CO₂, retornando ao ciclo do carbono em 12 anos. Porém, durante este período de permanência na atmosfera, tem potencial de aquecimento global 27 vezes maior que o dióxido de carbono.
Estratégias para Reduzir a Pegada de Carbono
Para mitigar as emissões de GEE, várias estratégias podem ser implementadas. A alimentação de precisão é uma delas, permitindo que as necessidades nutricionais dos animais sejam atendidas com maior precisão, o que aumenta a eficiência da produção e reduz as emissões de metano por unidade de ingestão de matéria seca. Além disso, melhorar a qualidade das forragens e adicionar aditivos específicos à dieta, como o 3-nitrooxipropanol (3NOP), pode contribuir significativamente para a redução das emissões sem prejudicar a produtividade.
Aumento da Produção por Vaca
Aumentar a produção de leite por vaca é outra maneira eficaz de diluir as emissões de metano por unidade de leite produzido. Quanto maior a produção por vaca, menor é a intensidade de emissão de metano, ou seja, a pegada de carbono é menor. Essa abordagem, combinada com a seleção genética para características como o consumo alimentar residual (RFI), pode resultar em vacas mais eficientes que produzem menos metano por unidade de leite produzido.
Impacto dos Aditivos Alimentares
Aditivos alimentares, como o 3NOP, têm mostrado potencial para reduzir as emissões de metano diretamente no rúmen das vacas, por meio da interferência nos processos metabólicos dos microrganismos ruminais que produzem metano. Além disso, o uso de ionóforos como a monensina pode melhorar a eficiência alimentar, mesmo que a redução inicialmente observada nas emissões de metano se estabilize ao longo do tempo. Esses aditivos, juntamente com a melhoria na qualidade das forragens, podem contribuir de forma significativa para a redução da pegada de carbono do leite.
Manejo de Dejetos e Eficiência Alimentar
O manejo adequado dos dejetos é crucial para reduzir o impacto ambiental. A seleção genética para melhor RFI também é uma estratégia importante, pois vacas com menor RFI são mais eficientes na conversão de alimento em leite, produzindo menos metano por kg de leite. A combinação dessas práticas pode levar a uma produção de leite mais sustentável, com menor impacto ambiental e maior eficiência.
Conclusão
Em resumo, a adoção de práticas como a alimentação de precisão, o uso de aditivos alimentares, a melhoria da qualidade das forragens e a seleção genética para RFI são fundamentais para reduzir as emissões de GEE na pecuária leiteira. Ao aumentar a eficiência produtiva das vacas e otimizar o manejo de dejetos, é possível alcançar uma produção de leite mais sustentável, atendendo às demandas ambientais e mantendo, ou até aumentando, a rentabilidade do setor.
O texto foi escrito com base na palestra ministrada por Glen Broderick, no Simpósio Leite Integral de outubro de 2022 e na publicação do mesmo autor disponível em https://www.esgpec.com.br/post/roleta-premiada
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