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Os avanços ambientais no setor de laticínios são reais: números dos EUA e visão para o Brasil

As análises sobre os avanços nos EUA são baseadas no artigo

Dairy’s environmental gains are real” publicado por Hoard's Dairyman.


O setor de laticínios dos Estados Unidos tem atingido avanços notáveis em direção à sustentabilidade, com evidências concretas de que os esforços para reduzir o impacto ambiental estão funcionando. Em um período de crescente preocupação com as mudanças climáticas, a indústria norte-americana de laticínios demonstrou uma resposta proativa na implementação de práticas para mitigar sua pegada ambiental.


Destaque


Redução significativa de emissões


Nos últimos anos, o setor de laticínios dos EUA conseguiu reduzir as emissões de gases de efeito estufa em aproximadamente 21%. Esse resultado é fruto de uma série de medidas que envolvem melhorias no manejo dos animais, alimentação e gestão de resíduos.


Algumas das estratégias adotadas incluem:


  • Dietas mais equilibradas para os animais: Ajustes na alimentação foram feitos para reduzir a emissão de metano durante o processo de digestão.

  • Digestores anaeróbicos: Essa tecnologia permite converter dejetos em biogás (uma fonte de energia renovável), diminuindo a emissão de gases como metano e dióxido de carbono.

  • Gestão eficiente de dejetos: O manejo correto dos resíduos gerados não apenas ajuda a reduzir as emissões, mas também contribui para a qualidade do solo e da água nas fazendas norte-americanas.


Maior eficiência na produção


Além das reduções de emissões, o setor de laticínios dos Estados Unidos tem se concentrado em aumentar a eficiência da produção. Segundo o artigo, houve um aumento de 48% na produção de leite nos últimos 15 anos em território norte-americano. Esse crescimento foi acompanhado por uma significativa redução na utilização de recursos como terra e água. Por exemplo, a produção moderna de leite nos EUA utiliza 30% menos terra e 21% menos água por unidade de leite produzida.


Além disso, os produtores americanos de laticínios conseguiram reduzir em 20% o uso de recursos para a produção, resultando em um menor impacto por litro de leite produzido. Essa evolução indica um foco crescente na otimização dos processos produtivos.


Inovação tecnológica e colaboração


Um dos fatores-chave para o progresso ambiental do setor de laticínios nos Estados Unidos é a inovação tecnológica. A aplicação de novas tecnologias e práticas na gestão das fazendas permitiu que a indústria conseguisse progredir frente às metas de sustentabilidade. Além disso, a colaboração entre produtores, cientistas e empresas tem sido fundamental para criar soluções que melhorem a eficiência e reduzam o impacto ambiental.


Sustentabilidade como prioridade


Os avanços no setor de laticínios norte-americano mostram que a sustentabilidade é uma prioridade clara para a indústria. Isso inclui não apenas o foco em reduzir emissões, mas também em melhorar o bem-estar animal e garantir que a produção de leite seja economicamente viável para os produtores. A busca por um equilíbrio entre os aspectos ambientais, econômicos e sociais tem guiado a adoção dessas práticas.


Esforços reais


Os esforços do setor de laticínios dos Estados Unidos para reduzir o impacto ambiental são reais e demonstráveis. A redução de 21% nas emissões de gases de efeito estufa, o uso 30% menor de terra e 21% menos água, juntamente com um crescimento de 48% na produção de leite, são resultados claros de uma estratégia de sustentabilidade bem planejada e executada. Com o apoio de tecnologias inovadoras, comprometimento de todos os envolvidos e mensuração dos resultados, o setor de laticínios norte-americano tem mostrado que é possível alinhar produtividade e sustentabilidade de maneira eficaz.


E no Brasil?


O Brasil possui um grande potencial para avançar em práticas sustentáveis na pecuária leiteira, especialmente no contexto de redução de emissões de carbono. Segundo as pesquisas realizadas e os materiais disponíveis, várias estratégias estão sendo exploradas para melhorar a eficiência e sustentabilidade das fazendas leiteiras brasileiras, incluindo boas práticas de manejo de dejetos, nutrição de precisão e seleção genética para produtividade.


A intensidade de emissão de gases de efeito estufa por kg de leite produzido está relacionada à produtividade, de modo que lactações médias acima de 4.000 kg/vaca/ano apresentam redução considerável da pegada de carbono quando comparadas àquelas abaixo deste valor (FAO, 2019). Uma vez que a produção média no Brasil é de 2.280 kg/vaca/ano (Embrapa, 2024) (figura 1), há grande oportunidade de reduzir a pegada de carbono do leite brasileiro com seleção genética, manejo e aumento de produtividade. Ainda, deve-se considerar que no Brasil há também regiões e rebanhos especializados, com produtividade semelhante à observada nos EUA. Mesmo para estas fazendas, pesquisas tem apontado diversas alternativas para obter redução da intensidade de emissões e promover a adoção de práticas sustentáveis que vão além da mitigação de emissão de gases de efeito estufa.


O Brasil está se posicionando como um importante player no cenário global da pecuária leiteira sustentável, com oportunidades para melhorar ainda a eficiência e reduzir significativamente o impacto ambiental da produção de leite.


Figura 1 - Produtividade global por vaca


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